No apetite da flor


Minha fome é insaciável. Por ela sou impossível de ficar completamente satisfeito. Não existe ínfimas condições de isso acontecer. De um à cem, a chance de eu reduzir o apetite é zero. É um caos que me trepida interiormente capaz de elevar toda a luz que tenho dentro de mim. É fome, sede, arrepio, ânsia, etc. Sempre que a vejo é a mesma coisa: excesso de saliva descendo goela à baixo. Posso sentir diferença instantânea na minha fisionomia. Tento manter a calma, mas a tremedeira fala mais alto. Converso comigo mas não adianta. Esse apetite é disperso em mim. Demorei muito para encontrá-la, e agora eu não quero, tampouco preciso de mais ninguém. Só ela sabe como me satisfazer e realizar minhas vontades. Inclusive também já conversei com ela, e só restou agradecer e rir. Mas foi um riso gostoso... Precisei beijá-la com toda fome que me atiçava. Apertei a bunda dela com vontade, fazendo com que ela se contraísse, colasse mais em mim; nosso corpo trocando energia, o pau roçando nela, um calor de mil graus, o fogo aumentando, ele estalando, ela saindo faísca, o pau agradece e o cu dela pisca.

Ela é um prato cheio, montanhoso. Mastigo cada detalhe para não descer mal. Tenho a obrigação de fazer o serviço bem feito, já que estou tendo a oportunidade. Eu não queria que essa fome fosse quântica, e ainda bem que não é. Agradeço à vida por tudo isso. Que delícia! Observar e absorver todo esse espetáculo se tornou meu alimento favorito, cujo gosto faz todo sentido. Não quero nem sonhar em provar outro. Esse é tão único que me prende como imã. Se eu tiver de me sujar ao usufruir dela realizo sem a menor dúvida. O tempo é curto e sapiente. Tempo é sapiência. É isso que busco para procurar, também, aumentar a paciência. Explorar o corpo dela é ciência. Eu teria pena de mim se conseguisse me saciar. Sempre a mesma coisa. Seria sem graça. Mas como não é, então me acabo ao cair de boca nessa flor lisa e voluptuosa, repleta de bênçãos enviadas por Deus, porque essa obra-prima é tudo que eu sempre quis.

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